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Quem nunca teve vontade de ter uma erva fresquinha para finalizar um prato e desejou que ela estivesse disponível numa horta particular, ali mesmo na cozinha? Elas realçam o sabor dos pratos e parecem ter sido encomendadas para alguns deles como o frango com sálvia ou o risoto caprese, cuja receita original exige o manjericão. Atribui-se a elas, inclusive, propriedades medicinais e muitos as utilizam como calmantes, auxiliares no trato digestivo e até como agentes antidepressivos. É possível utilizá-las secas, mas quando frescas exalam uma fragrância exuberante. Experimente envolver uma delas com a mão aberta e deixar as folhas escorrerem entre seus dedos delicadamente para, logo depois, levar as mãos ao nariz. Se você fechar os olhos, nem vai precisar fazer a meditação do dia.

Manjericão, manjerona, orégano, tomilho, alecrim, funcho e tantos outros temperos assumem a forma das folhas da alegria e cumprem funções específicas nos pratos. As características que têm em comum são a exuberância – um exagero bem-vindo de fragrância – e esse poder que a natureza lhes conferiu de realçar o sabor dos pratos.  O ideal é cultivá-las em casa, mas é preciso garantir algumas horas de sol para que cresçam. Se não for esse o caso, é melhor comprá-las nas feiras orgânicas ou no supermercado e lavá-las, preferencialmente só antes de consumir.

No frango com sálvia adicione-a ao preparo com o qual você irá regar o frango, mas no caso do manjericão, algumas folhinhas verdes e frescas sobre a pizza ou risoto caprese colorem e puxam para cima o sabor do prato.  O alecrim fica perfeito com cremes, principalmente os de moranga, onde é possível adicionar uns raminhos depois da pimenta preta e do fio de azeite de oliva, só para finalizar mesmo, porque apesar de refrescante, o sabor é muito forte. O salmão assado com funcho é um clássico e aqui a forma e a textura, finíssimos fios que podem se emaranhar na boca conforme liberam um sabor adocicado, introduzem um toque exótico para a experiência no paladar.  Bom demais!

Para omeletes salsinha ou ciboulette são ideais, pois os ovos têm certa neutralidade, e como essas ervas apresentam bom resultado em pratos salgados, elas reafirmam a proposta da refeição.  Você pode acrescentar sal, é claro, mas não muito. Aqui o ideal é manter a atenção na textura soufflé (bem fofa, se seu omelete for prestigiar o rigor francês) dos ovos que deve ser o ponto alto na apreciação para que a experiência seja plena.

Uma dica importante é lavá-las com antecedência para que sequem até o momento do uso. Você pode usar o secador de folhas para isso e depois deixá-las ao ar livre, bem separadas para facilitar a secagem.  Se não fizer isso, vai acabar adicionando umidade excessiva ao prato.

Há as ervas que foram escolhidas para os doces, como é o caso da simpática lavanda, na verdade uma flor de perfume delicado, e a hortelã, uma folha refrescante que também pode ser utilizada em pratos salgados, mas no ocidente dá um toque final às sobremesas. A lavanda não pode ser mais apropriada para a panacotta.  O capim-santo, também conhecido como capim-limão ou capim-cidreira, é excelente para chás, mas presenteia com originalidade o brigadeiro homônimo evidenciado pela chef Morena Leite.

Quer seja com status de ingrediente, quer seja para dar um visual alegre e estimular o paladar, vale a pena criar o hábito de incluí-las sempre nos preparos.  A diferença que fazem no prato é dramática! Experimente e comprove.  Deixe aqui sua dica, experiência ou comentário. Vamos adorar saber o que você anda aprontando!