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Instruções para ler este texto:
1) Pegue uma xícara de café
2) Acomode-se
3) Leia, respire e beba, e assim sucessivamente, até o final
Quantos cafés você já tomou na vida? É difícil de saber, mas com certeza você já tomou muito café bom, e talvez algumas xícaras que, pelo bem da reputação do seu paladar, seria melhor se já tivesse esquecido. E quantas vezes você se conformou em bebê-lo em copinhos de plástico? E quantas mais meteu adoçante para dentro do copinho? Não continuemos. Vamos apagar essas partículas de memória com bom café, pois mesmo sem considerar suas propriedades estimulantes, só por ser bom ele já enriquece o amanhecer, motiva o nosso trabalho e, se for o caso, segura o ritmo após o pôr do sol.
Observe que o café, muitas vezes, é desculpa para uma pausa que, posteriormente, nos enche de motivação para engatar com mais vontade na jornada do dia. É um hábito que não se submete ao relógio. Talvez porque para os mais atentos uma xícara de café possa despertar uma experiência que rompe os limites do paladar. É difícil de explicar, pois é ambígua. Trata-se de um acolhimento, breve pausa em que a inevitável pressão do cotidiano fica suspensa. Ao mesmo tempo, oferece entusiasmo, que para alguns se manifesta-se como abertura de um portal para a criatividade, jorro de novas ideias, e para outros simplesmente como um empurrãozinho para recuperar o fluxo e realizar as atividades do dia a dia, sejam elas quais forem.
Os cafés londrinos proliferaram por volta do ano de 1700 quando escritores, filósofos, cientistas e homens de negócios cumpriam rotina tão assídua que recebiam suas correspondências nesses locais. O café que chegava em Londres àquela época provinha do Oriente Médio. Mas na Idade da Razão ele era consumido com o objetivo de alimentar discussões e estimular o intelecto. Além disso, era aliado para proporcionar um estado de alerta nas extensas jornadas de trabalho cerebral.
A bebida da Idade da Razão evoluiu em qualidade ao longo dos séculos, e por mais que pesquisas comprovem que possui propriedades que podem melhorar a memória, propôs pormenores tão específicos no que se refere à origem, tipo de tosta, moagem e modo de preparo, entre outros, que desafia até apreciadores que têm capacidade superior de retenção de informações.
Desafios à parte, a verdade é que a bebida conquistou um espaço tão grande que hoje não podemos imaginar um mundo sem café. Como o assunto é fascinante, hoje usufruímos de uma diversidade quase absurda de opções, pois muitos se dedicaram ao estudo para empreender na área. Há desde os grãos provindos do continente Africano, de países como a Etiópia (associada com a origem do grão) e Tanzânia, da Indonésia no oriente, passando por importantes produtores na América Latina, como Colômbia, Costa Rica e Brasil. O Brasil é o maior produtor mundial e cultiva grãos de excelente qualidade que podem ser rastreados desde a origem até a mesa do consumidor garantindo uma dose segura de qualidade e sabor.
E por falar em sabor, hoje há cafés para consumidores com gostos muito diferentes; diferenciá-los, no entanto, constitui a maior dificuldade. Porém, o café não deve ser uma bebida difícil. Um detalhe importante quando for o caso de abastecer a própria despensa é observar as características estruturais da bebida como corpo e acidez. Aromas de cacau, manteiga, caramelo ou amêndoas podem ser observados num segundo momento, após várias xícaras, e complementam o aprendizado, mas não descrevem um ponto essencial para a apreciação.
Lembre-se também de levar sua caneca ou xícara predileta para o escritório ou home office, e beba-o sempre bem quente para aproveitar mais o sabor e recuperar o vigor.